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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

No varal dos meus pensamentos


Às vezes eu me pergunto, tantas e divertidas vezes, o porquê dos pensamentos bobos que vem de repente e sem razão. Dos assim, olha só: Por qual razão eu gosto de digitar com letra de tamanho 12 e Tahoma, se qualquer outra fonte, a meu ver, não seria o meu registro. O porquê de achar engraçado caminhar os meus 20 minutos diários com os ouvidos ligados no fone, religiosamente sincronizados com os cantores do mp3, cantando junto e provocando risos nos caminhantes que escutam a minha versão desafinada, porém autêntica e audaciosamente feliz.

Se o dia é cinza e chove pouco, sempre me dá vontade de escrever impulsionado pelo ligeiro sentimento de nostalgia. As músicas do Maná, Reik, Sin Bandera, Enrique Iglesias, Roberto Carlos, Enya, Era, Luis Fonsi, Capital Inicial, e outras tantas são as que me mais me legitimam.

Não sou adepto dos palavrões e não me estabeleço pelas expressões inglesas mal traduzidas, adoro o português e as suas raízes, me encanta o espanhol e aquele sotaque das canções latinas, os mariachis me fazem rir inocentemente assim como as músicas me transformam e são poderosas osciladoras de humor.

As canecas de louça, mesmo que nem todas elas, as minhas preferidas são as de cores lisas sem personagens infantis, dos amantes das cores, sou do grupo dos verdinhos, gosto de verde quanto gosto de cheiro de limpeza. Outra particularidade minha, era que quando criança adorava ficar no quintal abaixo do varal de roupa úmida, secando naquele sol de começo de tarde, sob um agradável cheiro de amaciante misturado a sabão em pó, que me atrai até hoje.

Faz tempo que não escrevo detalhando o dia, se é noite depois das seis, se é tarde de sol forte; agora pretendo me deter a outros tipos de detalhes, reflito sobre a cumplicidade, que para mim é algo fascinante. Quando eu tinha você, eu sentia que você podia me tocar somente com aquele olhar de espreita que fazia quando eu fingia dormir naquela cama de casal sobre os lençóis listrados de preto e branco, e só sentia isso porque eu e você éramos cúmplices. Ser explícito é o último caso, para quando você não me entender através dos meus gestos introvertidos ou das minhas idéias subliminares.

Culpar ou rotular as pessoas por aquilo que elas acreditam, usam, consomem, gostam, a meu ver, é de uma mediocridade imensa, embora eu aceite que intimamente eu não compartilho das opiniões e dos gostos vizinhos, e quem concorda com a opinião alheia 100% não é feliz, eu sou feliz.

Vai, me irrita. Abusa dos inconstantes erros gramaticais, dos meus as sem crase, das frases sem acento que eu me policio tanto para evitá-las, embora sempre escondidas saiam festejando depois de publicadas. Ridicularize-me da minha não adaptação a nova reforma da língua portuguesa.

Não venha tomar café comigo hoje, fora ontem, no almoço, que ouvi de você que preferiria berinjela a bife à cavalo. Vai, continue... Ria de mim, enquanto demoro quase vinte minutos preparando suco de acerola durante o tempo que você consome o seu segundo copo de coca-cola.

E se eu nunca fui a um show com você, daqueles de barzinhos com luz baixa e banquinhos confortáveis tocando músicas alternadas entre um pop/rock nacional e MPB conhecidas, eu digo que eu sinto falta daquilo que não existiu e que tanto idealizei.

E sempre é assim, eu escrevo e sempre deixo para outra oportunidade, não de propósito, de tentar descrever aquele sentimento que eu acho terno e sensível; dos dias que vivo, das palavras que digo e dos sorrisos que sustento.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Fragmentos


Treze de outubro se foi e encaro os meus pensamentos com vontade de romper aquilo que incerto tenho... Sobre os dedos nessas teclas negras, dentro de um quarto pouco iluminado e cheio de música, dito às coisas que sinto para compor essas linhas de dramas congênitos, sem significado para qualquer outra pessoa que leia isso através de lentes emprestadas da razão.

Odeio seus atos impensados que machuca e que sustento em silêncio para não personificar um bebe chorão, com birra e manha.

Sorrio ironicamente pelas minhas advertências inúteis e idiotas detendo os direitos de só a memória refazer as lembranças pela ótica da razão ridicularizando-me medíocre.

Não me interessa se a verdade é branda e tampouco é interessante por que já não existem mais questionamentos, renunciei a eles para obter uma condição de par, mas cansei.

Sinto dizer que vou sair da sua vida, assim como entrei. Devagar. Assim como entrei, de repente.

Eu nem sei o que escrever, ainda assim o faço. Pensei em deixar que o branco refletisse por mim, contudo isso não se assemelha ao meu gênio: descritivo e detalhista, ao tolo e idealista, aquele que sonha e espera. Entrego a você o ponto final, para que essa idéia não sobrevoe nos pensamentos condensados da dúvida. Que seja explicado por esta visão, restrita e estreita, dos olhos do menino de cabelos castanhos escuros.

Espero que os momentos vividos comigo tenha provocado em você satisfações desconhecidas, por que certifico que os aproveitei ao máximo, os melhores, os impares.

Peço que por enquanto não me ligue nem escreva. Esqueça-me. Todo final, todo fim é um adjetivo, classifique-o.

Indisposto estou a permanecer nessa vida partidária, aleatória, de mãos duplas, sem identidade definida.

Há coisas que você não conheceria através das minhas cartas, elas se revelariam no cotidiano, nos sorrisos modestos, nas manhãs acompanhadas, nas festas com os amigos.

Foi agradável, incomum, idealizado e prazeroso, tudo. Portanto eu não me tomo de arrependimento por nada, tampouco me desfaço do aventureiro que me tornei nessa nova modalidade de relacionamento, ainda que não me caísse tão bem, eu vivi.

O tempo é o consolador da ansiedade, ela castiga, ele preserva.
Então vou parando por aqui, sem a preocupação de me sentir frustrado adiante, eu escolhi o certo, por que o certo é o que eu agora quero.

E esses são fragmentos de uma carta descompassada, deslocada, sem ritmo nem forma; lapidada pelo menino que agradece, ainda que indevidamente, a felicidade de semanas, dos meses que jamais apagados serão da memória do amante das gérberas.