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domingo, 29 de novembro de 2009

O meu se


Sobre um céu chuvoso de domingo à noite, de um clima úmido de ruas molhadas daqui da janela do meu quarto eu confesso que declinei há dias escrever à você as minhas cotidianidades.
Em verdade eu não quero fazê-lo, não quero adiantar o meu temperamento.
Nesse final de semana último eu passei mais caseiro que o de costume. Em uma sexta-feira sem aula depois do trabalho eu relaxei sob um pijama amarelo listrado e um par de havaianas verde limão, foi o traje que me acompanhou por todo o final de semana tranqüilo. A chuva como outra aliada, constantemente golpeava as telhas fazendo aquele barulho típico de noite ideal para dormir. As músicas que eu ouvi foram tão variadas que rendeu até essa carta inesperada. De Antonio Vivaldi, passando pelas músicas deliciosamente latinas às canções contemporâneas americanas, sempre com um toque gentil da MPB que é de igual prazer. Assiste outra vez ao filme de Jane Austen, aquele estimulante romance do século XVIII.
Por incrível que possa parecer, se eu estivesse com você, ainda não sei o que exatamente eu faria, se levasse as minhas vontades a sério, acredito que nada me oporia a satisfazer os meus anseios, porém eu não conheceria seus desejos tampouco a sua maneira de viver singularmente.
Como de fato, eu não estava com você essa tarde e esse final de semana foi solitário. Embora eu não me queixe se a sua companhia é inconstante ou se a ausência é definitiva, só fantasio como seria se estive acerca.
Por fim, escrevi a você de forma rápida para que eu consiga ocultar os mais íntimos desejos que se assim não o fizer narrarei sem censura as minhas preocupações.
Agora você conheceu a síntese de como foi o meu final de semana e eu seria um tolo se confirmasse que não gostaria de saber como foi o seu.
Proponho constrangedoramente que você me escreva. Quero conhecer se suas noites foram isoladas ou coletivas, se o seu final de domingo foi preenchido pelo meu afastamento involuntário, assim para que eu leia cuidadosamente cada linha sua obtendo a mera opinião individual, por que o meu se é tão pertencente as minhas linhas, tal que o meu se é uma alusão ao que eu confio. Pura imaginação.

domingo, 8 de novembro de 2009

As gérberas do meu jardim


Eu amo você mãe, e as suas carinhas de corpo estremecendo quando vem querendo me abraçar. Dos seus “esquecimentos” do dia-a-dia e da sua maneira carinhosa de me dar tanto amor.
Eu amo você Pi. Gosto do seu jeito de pensar e a sua esperteza e inteligência, me orgulho dos seus resultados no trabalho, da sua simpatia em tratar as pessoas, embora como irmãos, às brigas aconteçam, elas compõem nosso universo fraterno.
Eu amo as meninas da faculdade, as meninas do trabalho. Dos temperamentos de cada uma.
Posso estar equivocado em descrevê-las assim, mas é a minha perspectiva que tem observado a maneira que eu me divirto com elas. São as cinco meninas mais “completantes” que existem.
Da faculdade tem a dançarina, a Hippie, que é fã de gatos, a pacificadora e diplomata, a leitora de séries infanto-juvenis, e da quase que não participa de nada. Vocês são o equilíbrio do Angelo, vocês são peças ímpares. Obrigado meninas, são amizades assim que o mundo precisa para fortalecer os laços de afeto e amor. Talvez o meu conhecimento sobre vocês seja limitado, mas é o que julgo o suficiente para dizer que adoro quando entro em uma conversa sobre Potter com a Mari e os livros e filmes que vimos ou daqueles que iremos ver, ou ainda quando discutimos sobre o delgado corpo da protagonista de Orgulho e Preconceito.
Das conversas entre seis e sete da noite, que a Elis e eu sempre trocamos, recheadas de injúrias do trabalho, lapsos da faculdade, desesperos e alegrias salpicadas, repetidas vezes, das nossas particularidades comuns. Gosto quando nos comunicamos por papeizinhos Lu, sempre é uma risada garantida, você se mostrou ótima desenhista, achei incrível o desenho da adaga fatal.
Da Flávia, a mocinha de letras grandes, de vestidinhos estilo hippie e da praticidade de escrever, capaz de resumir tudo em poucas palavras. Das expressões: “você é um sucesso” “Oi, pessoa” “você é exclusivo nosso”.
Da Marina, mesmo não aceitando nossos convites, é uma daquelas que fica quietinha, mas tem certa travessura no olhar, faz piada se cutucada. Enfim das nossas idas ao bar, das conversas paralelas na classe e da maneira como eu chamo vocês de mulheres e vocês me chamam de homem, do Adoro e Delícia.
Das outras mulheres... As com quem trabalho.
É o animo matutino. Criaturas que ajudam você a reconhecer a segunda-feira como o primeiro dia de trabalho e não desanimar. São mulheres simpáticas, bonitas e mandonas.
Da engenharia tenho a Dani, a Ana, a Monise e a Elis. (D.A.M.E). Elas me oferecem os melhores dias úteis que eu posso ter, são mulheres fantásticas, por isso todas comprometidas. Por que será?
Da Lançadoria tem as duas: Angelita e Monise. As maquiadoras, portadoras da beleza engarrafada, e competentíssima no que fazem. Às vezes milagres.
Da mulher de longe. Tem a Mariann que eu amo de paixão, dos nossos vocabulários pessoais, nossas histórias entrelaçadas, nossas músicas compartidas. Nosso, é o nosso pronome. Das cartas que trocamos, das músicas que ouvimos, do período que sentimos, tudo fazemos juntos, a quilômetros de distância.
Da minha vizinha, amiga de rua e infância. Da Amandoca. Sou muito feliz por conhecê-la, das conversas de fim de semestre na calçada, na sorveteria, gosto do nosso modo de falar do passado, dos planos do futuro. Ainda que a vida seja para nós, muito agitada, é impossível esquecer você.
Contudo são mulheres, cada uma com uma particularidade, como são inovadoras, espertas. É incrível que nenhuma tenha o mesmo brinco, o mesmo sapato, a mesma roupa e às vezes não compartilham das mesmas idéias. São mulheres fantásticas assim, que vivem na minha vida, me dá alegria gratuita, amizade necessária e uma vontade imensa de agradecer todo dia a Deus por ser tão abençoado.
Havia tempo que eu queria escrever isso, mesmo agora, nessa tarde de domingo nublado de céu cinza. Escuto músicas e dividido o olhar entre o computador e o comportamento do tempo, tardando as coisas da faculdade.
Escrevo a vocês para que saibam, aqui existe um ser humano, um menino bobo de atos impensados, de alegria nos olhos e feliz por nascença, que deseja o melhor a cada uma de vocês e que espera sinceramente que aconteçam somente coisas boas, e se inevitável aconteça as ruins, eu talvez possa ajudar. Sorriam mulheres, vocês são as gérberas do meu jardim. Eu as amo.