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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Amanhã é uma incógnita




Amanheceu e o sol estava escondido entre nuvens cinzas, a manhã era fria, e ele tinha que trabalhar. Tomou um banho quente, daqueles em que o banheiro é todo preenchido por uma neblina espessa. Passou a sua camisa branca enquanto o café estava sendo preparado na cafeteira, tomou meia xícara e partiu para mais um dia de trabalho. O trânsito estava péssimo, se irritou com a demora. Com todo esse cenário, ligou o rádio e nada de música, ficou irritado novamente. Murmurou algumas palavras, pegou o pen drive na bolsa e inseriu no rádio para ter uma surpresa.

Oi, amor

Talvez você esteja em algum lugar diferente, ou somente indo ao trabalho, espero que esteja bem, gravei essa mensagem para quando eu não estiver perto de você, ou não possa olhar pra você e te acalmar. Sinto a tua falta, mas em breve estaremos juntos.

Ao som instrumental de All you need is love, ele ouviu atentamente.

Querido, nunca conseguiremos superar a perda de alguém, afinal estamos condicionados a pensar que as pessoas são imortais, não é mesmo? Mas não são, ninguém é! Por isso, por favor, revise seus julgamentos bobos, não há motivo para menosprezar, agir de uma maneira mal educada, apenas por divergências de opiniões. Vamos viver a vida como uma passagem, com amor ao próximo, e se você é incapaz de aceitar certas coisas, silencie-se! Não deixe que o veneno seja proferido, pois, o arrependimento só o tempo e a reflexão o trará e isso pode ser um pouco tarde! O mundo precisa de amor, ser amado, ame! Eu amo você.
Se começarmos a enxergar a nossa vida como uma breve passagem, algo em torno de décadas, poderemos entender que não são mais necessárias as brigas, o orgulho de ter a opinião atendida, a felicidade mascarada por sair vitorioso em uma discussão que não tem um caminho para o crescimento mútuo. Sentiremos que é vazio persistir em um caminho, em uma busca de entender tudo e fazer com que a nossa vontade prevaleça. Então, sugiro partirmos para o que realmente interessa, a vida. Vamos viver de maneira menos intrigueira, menos nefasta. Se algo nos incomoda, tentemos nos colocar no lugar do outro, dialogar de maneira saudável e se não der certo, teremos ao menos em nosso íntimo, a certeza, que fizemos a coisa certa para prosseguir de uma maneira conciente e prática. Se pensarmos racionalmente no que nos motiva, nos faz feliz e nos impulsiona para uma melhor qualidade de vida, observaremos atentos que todos os nossos sonhos são comuns. Portanto, se há a possibilidade de amar, amaremos, se existe chance de conversar, conversaremos. Não deixe que o medo, o orgulho, a vaidade tome conta de suas ações, faça diferente, construa o seu bem estar, agindo da maneira como gostaria que tratassem você, afinal precisamos de cada um em nosso caminho e cada ser é responsável por nos tornar uma pessoa melhor. Agradeça por mais um dia, por sentir vontade de mudar o seu futuro, por ter a chance de se tornar melhor. Ao meditar, peça entendimento, maturidade, paciência e palavras gentis para contornar qualquer possibilidade de discussão infundada. Respeite o outro, e se não concordar com ele, reflita! Pense um pouco mais e entenda que nada na vida é padronizado, perfeito, conforme suas concepções, tudo está inserido em uma diversidade incrível, por que você quer que tudo saia da sua maneira? Talvez seja isso que o incomode tanto, aprenda a aceitar e a respeitar você, acredito que assim o mundo parecerá familiar e com certeza você se tornará uma pessoa mais feliz.  Tudo o que você precisa é de amor! Ame, ame tudo como se hoje fosse seu último dia aqui, afinal amanhã é uma incógnita.


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Um menino de virgem




Ele nem acreditava em signos, mas, às vezes, se perguntava porque buscava a combinação entre virgem e sagitário no horóscopo. Um menino tão racional que ficava irreconhecível quando tomava uma atitude tão peculiar em comparação ao seu jeito metódico. Era uma coisa incrível, ele começou a recortar os trechos de músicas que o agradavam e singelamente escrevia em post-it e colava no seu computador como forma de recordar o que ele estava vivendo a semanas. Ficava esperando o seu celular soar aquele barulho de mensagem e sorria ao imaginar que fosse ela, mas não, era apenas mais uma mensagem da operadora avisando que seu celular precisava de créditos. Pablo Neruda, Mario Benedetti e Jane Austen faziam com que ele entrasse em um mundo de fantasia e romantismo, ele queria escrever a ela com trechos que o faziam voar, mas tinha cautela, o medo o fazia prender a vontade de enviar, pois não queria parecer “meloso” demais. As músicas que ouvia, no seu quarto antes de dormir, eram poemas cantados aos seus ouvidos e seus pensamentos eram como vontade incessante de estar ao seu lado. Ele se sentia feliz e se sentia triste, seus sentimentos eram como montanha russa, às vezes se sentia completo e apaixonado, outrora frágil e solitário. E esse turbilhão de emoções, não sabia explicar. E tudo que ele fez foi pensar, até que decidiu alterar o seu modo de vida. Não mais viveria na ânsia de imaginar, daria o que tinha, só receberia o que fosse entregue, não faria exigências, ainda que a intenção era fazê-las. “Que seja eterno enquanto dure”, pensou. Conheceu o monte Brasil, pois ninguém sabia dizer o que seria isso, descobriu que esse lugar ficava na freguesia da Sé, Angra do Heroísmo, nos Açores, em Portugal, na costa sul da ilha terceira. Aquela imensidão azul e verde, que lhe transmitiu grande felicidade em contato com a natureza. Assistiu o filme 50/50 e se identificou com o estilo de vida do protagonista, tão igual ao seu. Ouviu Ricardo Arjona todas as noites de terça e se matriculou em um curso de espanhol, para tentar entender melhor as metáforas do artista. Nas noites de sexta ouvia Carla Bruni, estudou o francês online, aprendeu como se dava bom dia e como agradecer, e dizia essas pequenas expressões mentalmente quando falava com alguém. Tentou ler a versão original de Orgulho e Preconceito, parou no segundo parágrafo e releu a versão em português. Experimentou Subji, um prato feito com vegetais cozidos e arroz, e acabou por perder a sua antipatia pelos legumes. Mudou a estratégia, resolveu adotar uma maneira diferente de viver a vida, não mais queria fazer o típico, o trivial, passou a encarar a vida como uma aventura cotidiana. Tornou-se mais gentil, aprendeu a recusar quando não desejava fazer alguma coisa e passou a ser mais paciente. Essas novas atitudes tornaram-se exercícios diários. E depois de todas essas novas experiências seguiu o seu caminho com mais ânimo e vontade de modificar o seu futuro, afinal se temos um presente, por que não torná-lo especial?

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O Primeiro de Agosto

"Quando a toco sinto como ondas frenéticas invadissem meu corpo, fazendo com que minha sanidade se perturbe. Careço de entendimento para definir tal sensação, seria precoce dizer que é algum sentimento? Ainda que quando a distância nos separa é o meu coração que desperta por você, é o meu primeiro pensamento ao acordar e o último que me acompanha ao adormecer. Confesso que temo que tudo que vivo seja algo efêmero, e ao terminar agosto, essa sensação não conheça setembro".