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segunda-feira, 24 de maio de 2010

Quarto crescente

Maio chega ao fim com a sensação de que o tempo passou e eu não construí nada de útil, nada sólido. A festa do final de semana foi muito divertida, era aniversário da Bruna e com ela um monte de amigos e música alta, foi muito bom para romper com aquela abstinência existente. Fui pra casa no domingo de manhã, havia três semanas que não deitava na minha cama, escutava os meus cd’s, brincava com o cat’sbeer, abraçava a minha irmã e a minha mãe. Por lá caminhei naquelas ruas do interior, que é tão visível a calmaria de ruas sem movimento que até ouço os meus pensamentos.
Ontem era lua de quarto crescente, pronta para formar-se em cheia em vinte e sete de maio, uma notícia que pode apetecer qualquer noite de domingo.
Voltei no ônibus lendo e quando o sono me surpreendeu eu desliguei a luz e cochilei. Cheguei em casa por volta das nove da noite, tomei banho, daqueles que a vontade de ficar abaixo do chuveiro é irresistível, com uma neblina perfumada de cheiro de sabonete, shampoo e água quente. Vesti o meu pijama amarelo de listras brancas e já tracei aquele roteiro típico de noites de domingo. Ler, escrever e escutar músicas. Mas quando você me ligou eu resolvi passar o fim da noite em outro lugar.
Estou escutando Carla Bruni, e estou gostando tanto, descobri que você não conhecia Vivaldi e tampouco a famosa “As Quatro Estações” aquele trecho de música que tocou no filme ontem, era Primavera.
Quando as minhas mãos faziam círculos nas costas das suas, o seu calor era eminente e tudo parecia mais intenso quando eu fechava os meus olhos. Foi engraçado aquele lanchinho grudar na lancheira elétrica, entretanto estava saboroso. Achei interessante sua pergunta da festa de sábado e o seu sorrisinho singular.
Eu não entendi porque você pausou o filme e quando me virei para buscar o motivo, você me tocou com um abrupto beijo de uma velocidade desmedida. A retribuição foi instantânea, inconscientemente ansiava por aquilo e foi maravilhoso. Deslizei as minhas mãos sobre suas costas e removi o que bloqueava os meus lábios do seu corpo, abri os meus braços para que nele instalasse os seus caminhos. O vento que entrava pela porta da sacada equilibrava a nossa temperatura, senti as pressões do desejo e me comportei a favor da felicidade, porque sem aviso ela quis entrar. Sem rumo fixo eu preenchi você de carinhos, com o meu olhar eu espreitei a sua censura. E pela manhã eu acordei sentindo a sua ausência em meus braços, e já era segunda, deixei o edredom descansando no colchão da sala e parti para que tudo se tornasse lembranças. Por ora as resguardo caminhando pelas mesmas ruas dos dias úteis, na rotina, enfrentando a semana com a resistência de esquecer você.

Um comentário:

  1. "...Tendo a lua, aquela cavidade aonde o homem flutua.."
    Que mais eu posso dizer de algo tão singelo? Será que eu mereço mesmo decifrar mais um código secreto das tuas palavras ou devo deixar nas entrelinhas como já lhe disse tantas vezes? O beijo arrebatado e roubado...o abraço apertado, caliente. A lua que pode trazer mil possibilidades e pode ser a testemunha dos nossos mais secretos desejos.

    "...Blue moon, now I'm no longer alone, Without a dream in my heart...Without a love of my own"

    besos, cariño; Muchos.

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