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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Setembro compartilhado





Espero que esse mês se vá, carregando com ele essa saudade que ainda me anima, sinto como se ela fosse uma pequena menina, com mãos delicadas, estamos de mãos dadas, mas os dedos se afastam... Isso é maravilhoso, não? Está passando...

Ainda que tivemos uma história, ela ficará no passado, nos meses que antecederam a primavera, e a vida seguirá. Eu a escreverei em uma folha branca, sentado no sofá ouvindo a chuva, com o caderno recheado de lembranças. Por aqui chove pouco, mas parece um preságio de boas novas, aquelas que eu construirei com tudo que aprendi.

Ouço o barulho da chuva fina que cai lá fora, molhando telhados, folhas secas e flores soltas. É fim de setembro e espero que a água lave os restos da dor que ficou em mim, de um ano meio morto que finalmente se renova. Mas há coisas que nunca mudam. Cá estou eu, ainda, em meio a amores que me machucam dizendo palavras delicadas, a histórias que me arrastam em meio a um turbilhão do qual somente eu me vitimizo. E em meio ao silêncio entrecortado pelo vento, tomo a liberdade de me sentir tocado por coisas que não foram feitas para mim, e me deixam com um gosto amargo e doce n’alma.

domingo, 29 de setembro de 2013

Canções torpes


É madrugada de terça-feira e ainda sem sono, penso em você. Sim, é inevitável, brota em um instante o seu sorriso na minha mente e nos segundos seguintes meu sorriso também aparece. Ontem eu ouvi aquela música sem chorar. Tudo bem; confesso, fiquei saudoso, melancólico, pensativo, em silêncio, até ela terminar. Qual música? Ué! Aquela que decidimos ser nossa, que agora é apenas minha, porque você não está. Fui pego de surpresa, queria pedir para desligar o som, mas quem sou eu para impedir que ela tocasse o coração de outros apaixonados. Uma música bobinha, mas quem tem o poder de julgar uma canção que nunca teve um significado? As músicas são perfeitas para fazer isso, transformar seu sentimento em melodia. O estranho ou o natural disso tudo, desse turbilhão de sensações que sinto, é que ainda penso em como eu gostaria que fôssemos, usávamos os verbos conjugados no futuro e eu agora os conjugo no passado.
Sim, dói um pouco, mas logo passa. Como escreveu o escritor Caio Fernando, "vai passar não minto", mas sinceramente, desejaria que você cantasse Vambora da Adriana Calcanhoto. Apesar dessas reflexões eu acho que está passando, e essa sua ausência está me fazendo bem, já não mais encontro você nos meus sonhos e as noites têm sido mais calmas, ainda que continue escrevendo sobre você, porém, isso deve ser natural. No silêncio, finjo ser forte e me refugio na leitura como escudo emocional. Tenho pensado menos em você e espero que o tempo cuide dessas minhas esperanças ilusórias. A curiosidade me toca quando beira às dez e penso no que você está fazendo, no que ocupa seus pensamentos. Talvez apenas o trabalho ou um novo amor brotando em um solo do qual fui removido. Cumpro os afazeres cotidianos por obrigação, e sigo respeitando o seu silêncio como forma de agradecimento por me tornar tão sentimental. Embora gostaria que fosse diferente, que você me ligasse, que me fizesse suspirar novamente, porém compreendo, nada me fará esquecer que gostava de como você reagia às minhas cócegas, da comunicação graciosa do seu sorriso com os meus lábios, do meu olhar a encontrar você. Aquele brilho está aqui, um pouco apagado, mas vivo, belo e adormecido. Racionalmente já não consigo te descrever com adjetivos de coragem, astúcia, verdade, sinceridade, qualidades que lhe serviam tão bem, no entanto, agora, seria incapaz de usá-los para tal fim. Continue assim, longe de mim, até que esse sentimento evapore, liberte-se e eu consiga ouvir novamente essas canções torpes sem pensar em você.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Sensatez




E tudo passou como uma tempestade, você chegou, revirou tudo e se foi sem se despedir.
Ainda conto os sessenta segundos que preenchem os meus minutos solitários. Escrevo para que você me leia, ou não, na verdade, não quero que me leia. Se por acaso, isso acontecer, não demonstre pena, fique feliz, pois você foi o motivo de tantos sentimentos florescendo. A confusão paira por aqui e a tranquilidade me abandonou, já não consigo dormir após as 22 horas e a noite só me acalma depois que consigo alcançar o sono exaustivo que o corpo consente. As manhãs chegam rápidas e a minha motivação para trabalhar é preguiçosa. Ainda me arrisco a imaginar a presença dos seus lábios a centímetros dos meus, seu toque suave brincando com as minhas risadas frouxas, a sua voz ao telefone me despertando. Às vezes te quero bem perto, mas sua existência geográfica não permite e isso me priva de expor todo o meu desejo de te alcançar. Não consigo disfarçar essa tristeza que me enche por dentro, tampouco demonstrar a minha insatisfação perante esse tempo longe de você. Estou sendo sincero e medroso, pois, sei que você poderá julgar como um ato precipitado, meloso e louco. Sinto em dizer que não quero mendigar atenção, não quero ficar longe de você por um tempo indeterminado a espera de horas de abraços limitados pelo tempo. Quero que saiba que estou apaixonado e que a sua presença me deixa tão feliz a ponto de explodir. Mas tenho que ser sensato e dizer a mim mesmo que posso estar fantasiando. Não quero ser seu dono, o cobrador, o solicitante, o inventor de encontros, situações que, a meu ver, parecem ser confortáveis apenas para mim. Confesso que fico esperando sua ligação, uma mensagem ou algum contato imediato. Sofro pela distância e tento não transparecer que estou chateado. Mas também nada posso cobrar de você, tampouco da gente, estamos nos conhecendo e é esse período que devemos avaliar. Por favor, seja sincero com você mesmo, se estiver passando por uma fase na sua vida que a responsabilidade de um relacionamento for pesada, não me ligue mais, só me posicione com a certeza de que entendeu os meus motivos para encerrar uma história que não passará setembro. Hoje eu li isso: “Esperar dói, esquecer dói, e não saber se devemos esperar ou esquecer é a pior das dores”. Acredito que não saber é a  pior das dores, por isso escolhi esquecer.