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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Feliz 2017!

Faz algum tempo que não escrevo pra você, não fique triste, embora eu tenha um blog paralelo, você sempre será o lugar onde posso escrever verdadeiramente sobre mim.

Essa é a primeira postagem do ano de 2017 e estou aqui para contar a você como foi a minha vida até agora. Aconteceram muitas coisas, algumas, bem pequenas, quase nem muito sentidas de ruim, ao contrário das coisas boas e essas merecem lembranças. Por isso vou deixar aqui registrado para quando, lá no entardecer do futuro eu possa reler e me acariciar com esse fenômeno divino que é a vida.

Tenho assistido entardeceres belíssimos, ouvido histórias incríveis e compartilhado de momentos indescritíveis. Conheci pessoas fantásticas, algumas passaram em minha vida como brisa leve, efêmera, porém marcante. Acredito que estou um pouquinho melhor que antes, tenho aprendido coisas e outras se mantem enraizadas em mim.

A vida é engraçada, se assim você a enxerga. Esse engraçado é leve, nostálgico, fino, gentil e maravilhoso. Acompanho a vida dos meus amigos por meio de janelas que se abrem e fecham, os saúdo por mensagens instantâneas e compartilho com eles memórias de um tempo que estávamos juntos fisicamente.

Tenho escrito cartas a minha família e isso é um dos grandes presentes que a distância proporciona. A espera de uma carta, a leitura atenta, a observação da caligrafia, os rabiscos que a velocidade da escrita e do pensamento causam são alguns das minhas observações mais prazerosas.

Em Aveiro faz uma manhã fria de inverno, acompanhado por uma xícara de café escrevo essa carta a você, nela eu posso tentar eternizar esse momento com a esperança de reler depois.

A Amanda se casou, fui padrinho junto com a Octávia, e isso me deixou imensamente feliz. Preservamos essa amizade de anos, que pra mim é tão cara e valiosa. Gosto de conversar com ela, ainda que estejamos sempre longe e raros são os momentos que podemos nos abraçar, parece que estamos sempre em sintonia, sempre juntos. Ela me conta sobre as coisas do trabalho, sobre os desafios cotidianos e os planos para o futuro. É uma amizade muito gratificante em que eu sou feliz por ter o prazer de cultivar.

A minha vida mudou um pouco, estou estudando na Universidade de Aveiro em Portugal desde setembro de 2016. Estou fazendo uma Iniciação Científica na área de variação linguística e isso é desafiador. Às vezes fico com medo de não conseguir atingir as expectativas, de ser incompetente e até imerecedor. Mas aí entram os meus amigos, eles dizem que esses pensamentos são bobagens comuns e que eu tenho que olhar diferente para as circunstancias. Dizem que tudo é parte de um caminho a se trilhar e por meio de paciência e trabalho eu conseguirei, e ao invés de alimentar tais pensamentos, que eu pense no caminho e olhe pra frente. São muito queridos esses amigos.

Dentre os professores que conheci aqui, dois deles me fez enxergar algo novo na minha profissão, essa que quero trabalhar. São duas professoras de literatura, uma me deu a oportunidade de enxergar na educação literária e nas obras de Infantojuvenil a presença da mudança da sociedade por meio dos pequenos e como iniciar esse caminho. A outra professora que eu também tenho um grande carinho é também de literatura. Ela é alegre, atenciosa, inteligente e suas aulas são verdadeiros prazeres. Ela me mostrou um novo lado da Florbela, me fez conhecer autores portugueses grandiosos e me deu a oportunidade de olhar a vida sobre outras lentes, um pouco menos embasadas.

Sai da IBM em junho de 2016 e deixei lá os mais amáveis amigos que pude encontrar na vida profissional, ainda falo com eles pelo Facebook, curto suas fotos e comento. Às vezes nos falamos por chat e relembramos a árdua rotina na qual vivíamos, mas tudo com uma grande alegria e um sorriso verdadeiro.

Passei o primeiro natal longe de casa. A Universidade organizou uma ceia para os alunos que não poderiam voltar para seus lares e eu participei como voluntário na organização. Lá conheci outras pessoas muito generosas e prontas a ajudar. Conheci um garotinho de aproximadamente 9 ou 10 anos e dei para ele um livro chamado: A Baleia. Esse livro foi comprado para a minha aula de Literatura Infantojuvenil em que fiz uma recensão crítica. Gostei tanto de oferecer a ele, foi como se eu estivesse presenteando o meu sobrinho. Ele sorriu e agradeceu. Espero que ele goste tanto da história como eu gostei.

Viajei para Espanha, França, Inglaterra, Irlanda e foram experiências riquíssimas, houve algumas aventuras, como passar pela imigração em Londres com um inglês bem perneta. Nesses lugares pude ver muitas diferenças e algumas semelhanças. Desmitifiquei a idealização europeia que tinha e pude constatar, metaforicamente falando, que todos estamos sobre o mesmo céu, buscando oportunidades de ser feliz, ainda que nem todos estão preparados para enxergar a simplicidade da vida, todos estão no caminho, cada um ao seu tempo.

Aprendi que a distância física não é obstáculo para o amor, não existe essa desculpa de falta de tempo, isso é uma muleta para você se entregar ao comodismo e a preguiça. Existe sim a vontade de estar perto seja qual for o mecanismo que você adote. As conversas que tenho pelo Skype com a minha família é um verdadeiro bálsamo para as minhas inquietações cotidianas, para os meus pensamentos infrutíferos e ansiedade desnecessária. Tenho tentado ser um exemplo de estímulo e positividade para os que me cercam, embora eu não consiga apresentar o melhor discurso, tenho feito com amor e demonstrado que tudo podemos, se temos fé e ação.

Tenho escrito cartas, as coloco no correio nas manhãs de segunda-feira, pois penso que assim chegará mais rápido ao destino. Vibro ao caminhar pelas ruas daqui e a perceber a brisa fria me tocando, é a vida demonstrando um carinho afável.

Deus está sempre constante em meus pensamentos, Ele me guia com uma mão generosa e me abraça nas noites solitárias comovidas por ideias incertas acerca do futuro. Ele sempre diz para que eu tenha calma, pede que eu caminhe, um passo por vez, que eu sorria sempre, que tenha prudência, e que tente transmitir paz e serenidade. Confesso a Ele tudo e Ele me ouve com ouvidos atentos e um silêncio tranquilizador. O nosso diálogo é mais um monólogo, mas por ser um Pai experiente ele diz: Dorme, amanhã é um novo dia. Hora de ir pra cama.


Bom, meu querido blog. É isso! Espero voltar aqui mais vezes para compartilhar esses momentos da minha vida. Vemos-nos bem breve. Feliz 2017!