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terça-feira, 3 de abril de 2012

Coisas de mãe



Você já pensou em fazer uma entrevista com a sua mãe? Sim, uma entrevista pra conhecer detalhes que ela gosta e que você, provavelmente, desconheça. É um mundo gigantesco, afinal mãe é cheia de mistérios, sempre sabem se irá chover ou fazer frio, é uma das primeiras pessoas que você se lembra quando está dividido entre algo, precisa de um colo ou... está com fome.
Invade a sua privacidade na adolescência, quer saber como você arrumou aquela mancha roxa nas costas, o porque você não contou a ela que está namorando. Ela não quer saber se a sua relação está começando, se você está inseguro de conversar sobre, ela quer saber o por quê.
Mãe é dramática, “Ah, deixa quando eu não estiver mais aqui, quero ver”. “Quando você era criança você não fazia isso, era tão educado”. Será que eu era mesmo? Bom, mãe gosta de atenção dos filhos, fato. Pensando um pouco na sua infância, há coisas que elas provavelmente gostaram e você naquele momento da sua vida não gostou. Veja algumas possíveis situações: Beijar você na frente dos seus “futuros colegas” de classe no primeiro dia de aula, apontar a cabeça no meio da aula e dizer: “Com licença professora, mas o Fernando esqueceu a lancheira”. Ela sorri, sacode aquela coisa de plástico azul, olha pra você, que está sentado na quarta carteira ao lado da parede e diz: “Vem pegar”, e depois do beijinho diz: Cuide-se bebê. Depois de agradecer a professora ela sai feliz e você é vítima de Bullying durante a aula inteira. Sempre há aqueles caras que começam imitando a sua mãe com uma vozinha fina. Sim, dá ódio. Mãe é autoritária, veja só um exemplo: Você está lá feliz para ir na sua primeira balada com a sua prima, chega lá pelas 19h, você pede: Mãe, posso ir com a Beth na festa da Cláudia?
Ela não é boba, ela sabe que a Cláudia não irá fazer festa alguma, afinal ela também já teve a sua idade, ela diz: Não.
E você tenta argumentar: Nãããooo, porque mãe?
Ela responde: Por que eu sou a sua mãe e ponto. Sim, você fica irritada, mas passa.
Como eu disse, mãe é misteriosa, Não iremos saber o porquê elas nos pedem para acasalharmos, levar o guarda chuva, não comer porcaria, e nos perguntam sempre: Você tá bem?
Sim, essa é uma pergunta batida. Uma pergunta batida sempre tem uma resposta batida: “Sim, mãe, tudo bem”. Claro que você não vai contar como está a sua situação financeira-amorosa-existencial pra ela, mas ela te conhece. “Ah, filho se precisar de alguma coisa a mãe tá aqui”. Mãe são fofas e na maioria das vezes não se importam em enfrentar o mundo por você, de abrir caminho, de proteger. Conselhos às mães:
Superprotetoras: Deixe ele ir, observe em paralelo, ele é capaz, confie nele, você pode ficar segura, você o construiu com uma boa base, agora ele precisa praticar.
Cuidadosas: Seu filho precisa aprender, deixe-o livre, não existe aprendizado sem prática, você o ensinou a teoria.
Curiosas: Pergunte uma vez, no máximo duas, se nós não respondermos é que não queremos levar uma bronca básica e a resposta não vai vir, ah, pode vir, porém modificada. Vocês querem ser enganadas? Achamos que não.
Pensemos racionalmente, as nossas mães são mulheres fortes, que nos criaram e nos querem bem. São mulheres apaixonadas por flores, algumas chocolates, outras cartinhas, quase todas perfumes, e há várias alérgicas. Mãe gosta de saber que seus filhos estão bem e dar palpites. Mãe é igual na proteção, no carinho, no interesse por seus filhotes e também são diferentes entre si. Vai perguntar o que ela gosta, sempre começa assim: Ah, eu gosto de todos, mas prefiro: Chocolates: Meio amargo, ao leite, preto, branco, sem açucar, tanto faz.
Flores: Gérberas, margaridas, rosas vermelhas, brancas, amarelas, lírios, orquídeas, ah todas.
Perfume: Ah, aquele que aquela moça da novela faz o comercial. Então, sabe, eu quero aquele que a sua prima trouxe daquela cidade.
Conclusão, a maioria não são objetivas, sabe por quê? A sua mãe não se importa na particularidade da coisa recebida, ela apenas quer que você pense nela, o presente, ah! Esse não é importante. Se você chega em casa e diz: Ah, mãe, que saudade da senhora! Ela ficará com os olhinhos marejados de felicidade. Mães, tantos mistérios, tantas alegrias.

domingo, 1 de abril de 2012

Pensamentos de um diálogo matutino





E o tempo mudou bruscamente, ainda estava escuro quando os trovões o despertou, os relâmpagos iluminaram o seu quarto e a água da chuva golpeou a sua janela de forma audaciosa e exibicionista. Ao despertar pela manhã o tempo havia mudado, o calor diário que aquecia a sua cama já não se mostrava tão vigoroso. Pelas calçadas pessoas protegidas por seus cachecóis de um vento que movia os cabelos, que os invadia fazendo-os tremer dentro de suas roupas de lã. Você é muito observador, o que ocorre com pessoas como você é a delicadeza dos detalhes imperando sobre as coisas superficiais e a essência nas palavras agindo no sentimento. Perceba que com o tempo adotamos outras prioridades, a infância tem as suas, assim como a adolescência, a vida adulta e a velhice comporta suas perspectivas e frustrações. E ela o tocou como fazia sempre, o puxou pelo braço, acercando-se dele, com a cabeça sobre seu colo, ela continuou a falar: Ás vezes pensamos no que podemos possuir para sermos felizes, não se preocupe muito com isso, pense que eu estou aqui por você, especialmente por você e o meu amor cresce e é alimentado cotidianamente através do brilho do seu olhar, pense em ser, do que ter.
- Mãe, porque há tantas pessoas infelizes quando não tem, aparentemente, nenhum problema físico? Ah, carinho, somos tão complexos, não devemos analisar dessa forma, cada pessoa apresenta suas dificuldades e as encara de modo como acreditam ser o melhor. Devemos pensar que cada novo dia é dado a nós para refletir e vivê-lo de maneira que não carreguemos coisas destrutivas. Quando você era pequeno seu sonho era crescer e poder comer quanto sorvete aguentasse, dormir tarde e não ter que levantar cedo, seus problemas eram esses e agora são outros, o que difere uma pessoa de outra não são os seus problemas, mas a capacidade de enfrentá-los. Pense de uma maneira como se a vida fosse uma eterna escola, que os obstáculos são as provas para o seu desenvolvimento, que os seus amigos e a sua família são a base que te fortalece, são o corrimão da escada para você se apoiar, porém apenas você pode escolher, e executar as suas ações, ninguém é capaz de fazer por você, e assim que ter que ser, caso contrário, você não poderia ler, escrever, comer, beber se não tivesse realizado o seu esforço.
- E se alguém me magoa, me fere com palavras, o que eu devo fazer? Filho, meu querido, você não tem que fazer nada, tente olhar para a pessoa e ver nela a dificuldade de entender as pessoas, a frustração de ser incompreendida. São essas pessoas que devemos agradecer por estar em nossas vidas e nos fazer com que pratiquemos a paciência, a compreensão, a solidariedade e o amor. São essas pessoas que permitem que saiamos da nossa zona de conforto e possamos nos avaliar se realmente somos pessoas em um caminho para a nossa felicidade. Não é possível saber se você consegue se não for submetido a provas. Mas fique tranquilo: tudo tem seu tempo e há tempo para todo próposito debaixo do céu.
- Como assim, eu devo deixar todo mundo me xingar? Calma, todo mundo não irá fazer isso com você, a vida é recheada de momentos e sempre haverá pessoas simpáticas a você. Se isso acontecer, primeiro reflita, depois tente conversar com a pessoa, o diálogo é muito importante para você conhecer o ponto de vista dela e manifestar o seu. É na conversa que podemos desenvolver a compreensão, nos colocar na situação do outro e a partir disso entendermos a situação. É claro que nem sempre há pessoas preocupadas em dialogar, por isso o silêncio é um caminho, não a difame, a entenda, não é o caminho se encher de mágoa por coisas que podem ser resolvidas, mesmo que momentâneamente não haja brecha para tal, como eu disse, tudo tem seu tempo.
- O que eu posso fazer quando eu estiver irritado com alguém? Você pode adotar a técnica do reverso e pensar: se fosse eu, como eu gostaria de que me abordassem e a partir daí você resolve o seu problema de maneira a orientar a sua vida sem marcas, sem mágoas e vivendo cada dia com as suas responsabilidades.
- O que eu tenho que conquistar para que a senhora sinta orgulho de mim? E ela riu de maneira doce, roçou os dedos pelos cabelos curtos dele e disse: Você precisa conquistar a segurança de si próprio, ter a verdade como base para suas ações e a compreensão nos seus julgamentos.
- Eu não preciso te comprar nada? Ela o olhou de maneira afetuosa e disse: Filho, tudo que se compra, se perde, o tempo acaba por consumir. Quero que você conquiste e eu apenas preciso daquilo que é intocável pelo tempo, eu preciso de sentimentos, esses que nos nutre e nos acompanham por toda a vida.
Houve um suspiro profundo e ele percebeu que já era tarde e ainda estava naquela janela observando as pessoas nas ruas, sentiu uma alegria que o preenchia, sorriu e pensou: Obrigado mãe, por me ensinar a superar as dificuldades e encarar o dia como um presente, mesmo não estando mais aqui para me acariciar e conversar comigo, seguirei os seus conselhos, viverei cada dia da melhor maneira que eu conseguir.