Espero que esse mês se vá, carregando com ele
essa saudade que ainda me anima, sinto como se ela fosse uma pequena menina,
com mãos delicadas, estamos de mãos dadas, mas os dedos se afastam... Isso é
maravilhoso, não? Está passando...
Ainda que tivemos uma história, ela ficará no
passado, nos meses que antecederam a primavera, e a vida seguirá. Eu a
escreverei em uma folha branca, sentado no sofá ouvindo a chuva, com o caderno
recheado de lembranças. Por aqui chove pouco, mas parece um preságio de boas
novas, aquelas que eu construirei com tudo que aprendi.
Ouço o barulho da chuva fina que cai lá fora,
molhando telhados, folhas secas e flores soltas. É fim de setembro e espero que
a água lave os restos da dor que ficou em mim, de um ano meio morto que
finalmente se renova. Mas há coisas que nunca mudam. Cá estou eu, ainda, em meio
a amores que me machucam dizendo palavras delicadas, a histórias que me
arrastam em meio a um turbilhão do qual somente eu me vitimizo. E em meio ao
silêncio entrecortado pelo vento, tomo a liberdade de me sentir tocado por
coisas que não foram feitas para mim, e me deixam com um gosto amargo e doce
n’alma.
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