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quarta-feira, 14 de maio de 2014

Ele, ela e o gato negro




Você pode ler ao som de: Tiago Iorc, Antologia, Yellow e Let her go.
 
Aconteceu em outono, em uma noite de lua cheia. O quarto estava iluminado por  um brilho intenso, que invadia a porta da sacada de vidro com naturalidade, e em conjuto criava uma atmosfera de aconchego, segurança e felicidade. Sob um pequeno castiçal de vidro, uma vela apropriada no canto de uma mesa de madeira, fazia a magia acontecer. Ao som de Tiago Iorc, Antologia, Yellow e Let her go, eles se amaram. Gato negro atenuou a timidez de ambos e aos poucos suas mãos foram se tocando. Ele descobriu que há uma relação harmoniosa entre água com gás e vinho, que o silêncio pode significar muitas coisas, que liberdade é uma dádiva, se você está equilibrado. Ela acreditou que poderia descrever aquele momento em uma imensa narrativa e passou a entender que era incompetente em escrever um simples parágrafo. Enquanto ele buscava as taças na cozinha, ela o enviava mensagens, para que mais tarde pudesse ter uma singela ideia do que fora aquele instante. Uma estratégia sagaz para tentar capturar e eternizar momentos. O ar era uma mistura de brisa fresca, sorrisos contidos, e um cheiro agradável de incenso de lima da Pérsia. Conversaram sobre sonhos em comum, como ter uma horta de temperos, três crianças, uma fogueira no quintal e um colchão para sustentá-los, enquanto admiravam o céu estrelado. A centímetros ela pôde beijar o seu sorriso, pôde sentir a sua pele aquecida e seu batimento cardíaco, se despiram em uma sincronia angelical, se amaram como se conhecessem há anos. Cada novo beijo era uma sensação tão agradável que fazia com que aquele quarto fosse o melhor lugar do mundo para se habitar. Seu abraço era onde ela desejava estar, carinhoso, complacente, ideal. Estavam nus e a noite parecia abrigá-los, protegê-los, apoiá-los. Em seu peito, ela podia olhar as estrelas, eram amarelas. Ao seu toque ela se sentia viva, ela podia voltar a amar, estava liberta! A meia noite se aproximava e a despedida era iminente. Ela se vestiu, se despediu, e ele a deixou ir. 

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