Era uma daquelas noites quentes e atípicas de outono; de ar parado, de céu estrelado e ruas desertas. Concertei as minhas frases e resolvi submeter apenas um discurso programado. Fui refém da delicadeza e da perspicácia dos beijos encontrados, das carícias desbravadoras e da sensação de frio que sinalizava um prazer instantâneo. Eu senti sobre as minhas costas uma leve brisa tépida e sobre a minha boca uma outra igualmente sapeca e saborosa, intensa e cheia de vontades. Decidi de pronto fechar os olhos para que o meu corpo resistisse o irresistível. Cedi por vontade própria, sorrindo e desejando você a cada movimentação das minhas mãos.
As horas voavam e eu não as enxergava, não as reconhecia, talvez seja por que o brilho das suas pupilas estavam refletidos nas minhas e a atenção era voltada para uma espécie de braços largos, de sorriso maroto, de carinhos cobiçados. E naquele momento eu não pediria nada mais, além do abraço e dos pares de beijos. Segundos antes de beijar você, eu alimentei os nossos beijos com sorrisos, e eles me fizeram tão bem.
E é tão irresistível, como água fresca no deserto. Das suas características, eu posso dizer daquelas peculiares brincadeiras infantis e aquela maneira de mudar a voz quando fala gesticulando imitando alguém, tudo muito admirável. Também posso dizer que a sua torta de banana é saborosa. Nada, além disso, me sinto responsável.
Quando o sol toca a sua janela entreaberta e o despertador faz o seu trabalho, eu aspiro deter o poder de fazer noite, para viver tudo outra vez, mas já é outro dia útil. Faz sol e há pessoas nas ruas, apressadas e cansadas.
Os dias por aqui viajam no tempo, o registro está com as pilhas fracas, como cortinas fechadas, isoladas. Às vezes ando ansioso demais, às vezes eu conto os passos que dou nas calçadas de paralelepípedo. Hoje aqui é monótono e lento. É inútil dizer, é óbvio, que é inverso quando estamos juntos. Dos seus cabelos castanhos, os meus dedos são tão íntimos, suspenso no ar, garanto que tremo quando as suas carícias são exatas e permanentes, você conhece meus pontos fracos e não disfarça em agir ali como um explorador, sou um escravo que não sabe viver sem eles.
Os minutos são livres e não vejo a hora de ver novamente, de praticar coisas distintas, ainda que me tenha dado apenas uma noite. Não reconheço a sua ansiedade e não sou dono dos seus pensamentos, a imprevisibilidade toma conta dos meus interesses, mas eu nem ligo. Eu disfarço e sorrio.
E por isso que meus dias são imprevisíveis e meu humor varia em uma escala não natural que eu me surpreendo com os meus atos, antes tão pensado, hoje algo nem tão pronunciado.
As horas voavam e eu não as enxergava, não as reconhecia, talvez seja por que o brilho das suas pupilas estavam refletidos nas minhas e a atenção era voltada para uma espécie de braços largos, de sorriso maroto, de carinhos cobiçados. E naquele momento eu não pediria nada mais, além do abraço e dos pares de beijos. Segundos antes de beijar você, eu alimentei os nossos beijos com sorrisos, e eles me fizeram tão bem.
E é tão irresistível, como água fresca no deserto. Das suas características, eu posso dizer daquelas peculiares brincadeiras infantis e aquela maneira de mudar a voz quando fala gesticulando imitando alguém, tudo muito admirável. Também posso dizer que a sua torta de banana é saborosa. Nada, além disso, me sinto responsável.
Quando o sol toca a sua janela entreaberta e o despertador faz o seu trabalho, eu aspiro deter o poder de fazer noite, para viver tudo outra vez, mas já é outro dia útil. Faz sol e há pessoas nas ruas, apressadas e cansadas.
Os dias por aqui viajam no tempo, o registro está com as pilhas fracas, como cortinas fechadas, isoladas. Às vezes ando ansioso demais, às vezes eu conto os passos que dou nas calçadas de paralelepípedo. Hoje aqui é monótono e lento. É inútil dizer, é óbvio, que é inverso quando estamos juntos. Dos seus cabelos castanhos, os meus dedos são tão íntimos, suspenso no ar, garanto que tremo quando as suas carícias são exatas e permanentes, você conhece meus pontos fracos e não disfarça em agir ali como um explorador, sou um escravo que não sabe viver sem eles.
Os minutos são livres e não vejo a hora de ver novamente, de praticar coisas distintas, ainda que me tenha dado apenas uma noite. Não reconheço a sua ansiedade e não sou dono dos seus pensamentos, a imprevisibilidade toma conta dos meus interesses, mas eu nem ligo. Eu disfarço e sorrio.
E por isso que meus dias são imprevisíveis e meu humor varia em uma escala não natural que eu me surpreendo com os meus atos, antes tão pensado, hoje algo nem tão pronunciado.