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terça-feira, 8 de junho de 2010

Mentiras piadosas

Foram três toques no seu celular que eu movido por uma iniciativa, que agora eu já perdi, pensei em estreitar nosso caminho através desse telefonema insólito. Por aqui há um sol fraco que penetra pela janela e ilumina esquecendo-se de aquecer, eu sinto esse brisa invisível que me toca pedindo que eu me agasalhe. Talvez você esteja feliz por saber que eu estou tolerando esse sentimento tão inevitável que rouba o meu sorriso e me faz caminhar sem cantar e a cada dia eu imagino como seria se ainda você existisse aqui.
Eu seria mais forte perante esses problemas cotidianos? Seria um silêncio dividido ou teria pensamentos incompreendidos? São indagações soltas e ingênuas, fracas e sem objetivo vindo da mente de um garoto que percebe os erros dos pensamentos contínuos. Por enquanto eu reflito na melhor maneira de amenizar essa situação deprimente e afastar os fantasmas do anteontem.
Quero que fique explícito a maneira dos meus comentários espontâneos, não fora de jeito algúm para salientar seu lado sombrio, aliás, eu temia as suas sentenças. É provável que nunca me conhecesse de verdade, na essência, nem soube manifestar a cautela diante deles.
Aprendi a ser mais prudente e me censurar quando devia escutar pausadamente e ocultar as minhas manifestações, sendo elas desagradáveis e diretas.
Agora é fim de tarde de uma terça-feira fria, de um outono disfarçado de inverno, um futuro por ora previsível e temeroso que gera em meu corpo a busca de algo que eu desconheço, porém eu o procuro para evitar essa sensação estática que me move.
Já está na hora de me despir desse ingênuo garoto e me formular em uma carapaça de homem, de simplificar as coisas, de viver de fatos e realidade, fugindo da ilusão e da fantasia.
Contudo, eu espero ter encontrado uma saída para aqueles desejos contidos, que me levaram a suspeitar daquilo que eu não posso controlar.
Penso que aqui eu pressione a caligrafia forçando um ponto final nessa frase sem sentido e demonstre um comportamento mais racional, menos alucinado.
Vou tomar um banho demorado, me agasalhar e caminhar por essas ruas de pessoas agitadas sem trombar com aquilo que não importa mais, mesmo que eu não encontre as palavras, escutando “Mentiras Piadosas” de Alejandra Guzmán.

6 comentários:

  1. Você tem dom para escrever!
    O que é raro, as pessoas escrevem qualquer coisa sem nexo e vendem milhões...
    Você escreve experiências pessoais que podem ser colocadas em terceira pessoa facilmente, não por serem comuns, mas por serem ricamente complexas. Fantástico texto!

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  2. Gente como é lindo seus textos, todos os sentimentos que ali são depositados...
    Amo vc incondicional, e a sua escrita me faz sentir algo diferente quando as leio.
    Sinto-me muito feliz e grata por tê-lo em minha vida, te amo maninho!!!!!

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  3. Lindo, se esconder atrás de quem não somos nunca vai nos fazer esquecer o que no vai na alma. Pois alguns agem pura e simplesmente com o coração. Lembrar o ontem ou o anteontem, pode parecer mais cruel do quem é em verdade.
    Não se dispa da sua ingenuidade de menino, mas aja com a prudencia de uma homem de bem,pois isso nos eleva corpo e alma.
    Expresse-se hoje, amanhã e sempre. Pois ter coragem de se despir dos sentimentos e compartilha-los é para poucos.
    Eu posso ser a primeira, a terceira a dizer isso pra ti, mas nunca a ultima e nem tampouco a única.

    Cravo do meu jardim...

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  4. Não vá se despir por completo, porque é isso que lhe torna o Menino-Homem admirável que é!

    "Já está na hora de me despir desse ingênuo garoto e me formular em uma carapaça de homem, de simplificar as coisas, de viver de fatos e realidade, fugindo da ilusão e da fantasia".

    Um beijo em suas pálpebras de anjo

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  5. Nossa! vc é bom, parabéns pelas palavras.

    abraço

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  6. Olá Angelo, achei seu blog no orkut sim...

    obrigado pela visita

    abraço

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