Faz um tempinho que ele não aparece por aqui,
né? Desde o ano passado, mas hoje, de supetão, ele olhou o blog e pensou que
precisava criar um história. Não uma grande história, uma pequena, bacaninha.
Vamos ler? Ah, não é um texto linear, tudo bem?
E tudo mudou de repente, o sol era o mesmo, a
natureza poética como sempre, mas ele não! O tudo mudou, pois ele tinha se dado
a oportunidade de mudar. Vocês sabem, ou não? Aqueles medos naturais de
mudança, que atormenta, desencoraja e às vezes amedronta tanto, que paralisa.
Sim, esses medos ele teve, mas foi com medo, em frente, mesmo assim.
Acordou pela manhã, arrumou suas coisas, poucas
coisas e partiu. A tarde, um pouco depois do almoço, ele estava em uma nova
cidade. Ali ele conheceu algumas pessoas, descobriu a padaria, o restaurante, o
mercado, que dá cinquenta por cento de desconto no taxi, que leva de volta pra
casa. A igreja, atrás de sua casa, do seu quarto. A Universidade, o pessoal e
tantas emoções, informações, coisas não nomeadas.
Mudou!
Você usava meia azul, notei ao ver o seu
maléolo, aquele ossinho que temos no pé, quando você coloca meia soquete, dá
para ver! Sim, eu reparei nisso, coisa boba, né? Você sorria para as pessoas e
todas elas sorriam para você, é contagiante o seu senso de alegria, eu gosto
disso, é prazeroso olhar para você. Eu havia esquecido como é, aquele
sentimento de “sustinho”, quando a gente olha a outra pessoa diferente. É mais
ou menos como o Tom Jobim compôs: “Quando a luz dos olhos meus e a luz dos
olhos teus resolvem se encontrar. Ai, que bom que isso é, meu Deus! Que frio
que me dá, o encontro desse olhar...” Isso existe, é desse jeito mesmo. Sábio,
né?
Um pouco menor que eu, com um sorriso daqueles
que os dentes aparecem como se estivessem com vergonha. Quando suava a testa,
passava a mão direita sobre ela e em seguida alisava a parte detrás da cabeça.
Continuava a sorrir e eu a observar. Tocava com os olhos, estranho isso, né?
Tocar com os olhos? Apenas uma linguagem figurada, pois era impossível usar o
tato, ainda que o desejo era fazê-lo.
Acabou.
Belo conto poético!
ResponderExcluirQue bom que voltou a escrever, mudar sempre traz novidades e renova antigos prazeres. `^^´
Felicidades, menino Angelo!