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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Melancia


Há meses que não escrevo algo assim para ninguém, e agora você me proporciona a oportunidade de escrever o que eu pensei que tão depressa eu não faria. O dia segue diferente de ontem. Hoje sobre as nuvens há um sol tímido que aquece lentamente as ruas daqui. É pouco mais de dez da manhã e eu reservo um tempo para escrever os meus infortúnios. Confesso que me falta coragem para insistir mais nesse relacionamento tão peculiar. Contudo se demonstrasse uma motivação interior de idéias transparentes, ou quem sabe uma inclinação de um desejo que me fizesse acreditar que em vão nada seria, eu acredito que desenvolveria a insistência tão logo que me surpreenderia com tal rapidez.
Relembro as conversas de questionamentos tortos, de caminhos obscuros que jamais outro par se proporia a oferecer um ao outro. Ainda que pouco sei de você posso detalhar o seu gosto pelo azul e as suas variantes, a sua espontaneidade pelos assuntos mais cautelosos, o seu senso de humor leve e a sua insistência de ocultar as respostas das minhas pertinentes perguntas insistentes.
Hoje mora aqui dentro um sentimento que chegou de pronto, ele já tinha ido há tempos e eu não mais me lembrava as suas reações adversas. De verdade, eu não fui tão esperto quanto eu pensei que poderia ser, caminhei pelo campo, descalço e desprotegido. Mostrei aquilo que sou sem censura e consenti a porta aberta como se tivesse coberto de alguma película indestrutível e impenetrável. Claro! Deixei que a minha própria sorte cuidasse do meu coração que acreditava na impossibilidade de acolher outro habitante.
Sinto a saudade daquilo que não tive, do abrigo que procurei, do olhar que nunca conheci, do som da sua voz que me fez feliz ao telefone. Provocando o meu riso de covinhas marcantes, o conhecimento que a minha presença instigava um movimento das suas pernas inquietas, da sua preocupação do encontro e do seu medo de apaixonar-se.
Deixo que parta, para que logo isso evapore de dentro de mim, para que eu possa relembrar desse momento como se fosse mais um dia que vivi apaixonado.
Não temo, ao contrário de você que não saboreia a melancia só por ela cometer o sacrilégio de conter sementes; vivo para amar, vivo para sangrar, vivo para viver, entre todos os possíveis cenários que o ser humano é capaz de criar e desenvolver-se.
Um beijo, fique bem e até logo.

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