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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Uma Pinha

Era manhã de segunda-feira quando, meia hora mais cedo, eu chegava para trabalhar, sobre uma grama verde viva descansava uma porção de paina branca como se o jardim do parque parecesse um jardim de inverno da América do norte, ao lado da paineira, um pinheiro, não tão grande quanto a sua vizinha, parecia intocável pelo vento que o cobria de uma fibra sedosa que parecia neve, os ipês roxos e amarelos ajudavam colorir o ambiente dando a paisagem um aspecto ligeiramente parecido a um filme de comédia romântica americana. Escrevo para dizer a você que me surpreendeu essa sua iniciativa, você me tem surpreso, feliz e encantado, e mais uma vez releio, como tenho lido repetidas vezes, àquela carta perfumada que chegou sexta-feira passada dentro de um envelope azul composto de uma pequena folha de bordo e de uma caligrafia tímida com letras manuscritas verdes brilhantes. O final de semana foi divertido, o sábado foi de uma manhã rápida, de uma tarde de estudo na faculdade e uma noite agitada com música eletrônica e amigos. O domingo foi tranqüilo alternado entre cochilos repentinos, caminhadas recheadas de conversas maldizendo a segunda-feira e esfihas de queijo e carne. Agora anseio a sua presença, os dias da semana obviamente não serão iguais como os passados ao seu lado, espero que em breve possamos nos ver, talvez você desconheça as coisas que mais me chamam atenção em você e para evitar que eu fique constrangido admitindo isso, eu as cito como que em tópicos de um livro de receitas: gosto tanto dos seus olhos quando fixados nos meus a uma distância curta de um respiro. Gosto da maneira diferente como você fala o meu nome, de como adotou espontaneamente as minhas brincadeiras infantis, e da prática da sua generosidade, a incrível sensação de segurança que você me proporciona, mesmo quando a verdade é inaudívelmente dolorosa. Quando me toca, parece querer de verdade estar comigo, quando diz que ainda tem muito pra fazermos juntos e que a pretensão de me apresentar aos seus amigos é eminente. Acho tão atraente seu corpo, me perco entre seus braços aconchegantes, entre nossos beijos apaixonados. Caminhar com você é tão prazeroso, assim como deitar e ficar conversando até que o sono chegue, se for deitar sozinho que seja para te ouvir tocar. Aquele dia que você comprou um suco de pêra para jantarmos, pra mim foi gesto tão delicado, porque você soube, pela minha língua comprida, que prefiro suco a refrigerante. Dos nossos gostos em comum tem aquele queijo de trança e do óleo de oliva. Das nossas incompatibilidades há a carne de porco, que eu acho deliciosa e o tempo diante da tv que você aproveita.
Ainda que eu tenha muito a observar, eu só tenho a dizer que esse tempo tem sido maravilhoso, que não passe um só dia que eu não pense em você e que é a saudade que domina as minhas noites solitárias. Eu não me esqueço dos momentos vividos, até uma lembrancinha eu tenho das nossas caminhadas, aquela pinha eu guardo-a em cima da minha mesa de trabalho, para me lembrar cada dia como ela foi escolhida, no caminho dos nossos passos ela me esperava.

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