A presente
atividade tem por objetivo elaborar uma síntese reflexivo-comparativa,
associando as ideias do texto teórico: “Flexão e derivação: o grau” (2008) de
Carlos Alexandre Gonçalves em relação ao conteúdo dos capítulos 1 e 2 do livro didático:
“Português Contemporâneo: diálogo, reflexão e uso” (2016), referente a “flexão
de grau dos substantivos” (pág. 36) e a “flexão de grau dos adjetivos” (pág. 57).
Conforme
o linguista e pesquisador brasileiro Mattoso Câmara Jr. (2009, p. 83): “A expressão de grau não é um
processo flexional em português, porque não é um mecanismo obrigatório e
coerente, e não estabelece paradigmas exaustivos e de termos exclusivos entre
si”. Para Carlos Alexandre Gonçalves (2008), também pesquisador e professor
brasileiro, a resposta à pergunta: ‘o grau é flexão ou derivação em português?’
tem uma perspectiva analítica, pois “em resumo: o ‘é’ ou o ‘não é’ dependem do
ponto de vista (ou critério empírico) que se tem em mente” (p. 164).
Para
esta atividade, o critério empírico (máxima) escolhido é o “vi”, conforme o
texto de Gonçalves (2008, p. 159): “A flexão é semanticamente mais regular que
a derivação. Dito de outra maneira, há coerência semântica nas operações
flexionais, o que pode não acontecer nas derivacionais”.
O
livro didático escolhido, referente a flexão, apresenta o seguinte sumário:
Figura 1 - Sumário, capítulo 1, pág. 8
Figura 2 - Sumário, capítulo 2, pág. 8
Em
uma primeira leitura do sumário podemos deduzir que os autores do livro
didático, Cereja, Vianna e Damien (2016), consideram a variação de grau como
sendo flexão, porém ao adentrarmos o livro, especificamente para a página 29, figura
3, em que consta o enunciado “Flexão dos substantivos”, temos a seguinte
conceptualização:
Figura 3 - Capítulo 1, pág. 29
Tendo em conta essa conceptualização,
podemos entender que os autores do livro didático tratarão o “grau” como
derivação enquanto “gênero” e “número” por flexão. Mais adiante, na página 33,
os autores irão explicar, ainda que rapidamente, a sua abordagem em relação ao
“grau” atrelando a ela um quadro explicativo coerente e alinhado à perspectiva
de Gonçalves (2018), referente ao critério vi.
Vejamos a seguir a abordagem que os
autores fazem para o “grau” (figura 4) e posteriormente o quadro (figura 5)
“Valores semânticos do aumentativo e do diminutivo”, ambos na página 33:
Figura 4 - Capítulo 1, pág. 33
Conforme consta na figura 4, os autores descrevem a
ocorrência da derivação sufixal, apoiando em exemplos a sua argumentação. Tal
descrição pode ser entendida à luz do critério empírico “i” descrita por
Gonçalves (2008, p. 154): “a expressão de grau constitui processo derivacional
em português porque não envolve mecanismo exigido sintaticamente”.


Em relação a “Flexão dos adjetivos” (pág.
57) os autores mantêm o mesmo raciocínio em relação a “Flexão dos
substantivos”, ou seja, “da mesma maneira que os substantivos, os adjetivos
apresentam flexão de gênero e número” (CEREJA, VIANNA, DAMIEN, 2016, p. 57)
enquanto o grau dos adjetivos, indicam sua natureza derivacional sufixal ou
pelo acréscimo de outra palavra. Como a natureza da explicação é limitada e
posta apenas com três frases, em caráter exemplificativo, abaixo da
conceptualização, os autores adotam novamente o recurso de um quadro (figura 6)
para ampliar o entendimento em relação aos aspectos formais e semânticos do
comparativo e do superlativo. Por fim, esta atividade tentou demonstrar, por
meio de uma síntese reflexivo-comparativa, a abordagem do livro didático,
referente a expressão do grau em português, com o critério “vi” do texto
teórico.
Referências
CEREJA, William
Roberto; VIANNA, Carolina Assis Dias; CODENHOTO, Christiane Damien. Língua e
Linguagem: O substantivo. In: CEREJA, William Roberto; VIANNA, Carolina Assis
Dias; CODENHOTO, Christiane Damien. Português Contemporâneo: Diálogo,
Reflexão e Uso. São Paulo: Saraiva, 2016. Cap. 1. p. 29-33. PNLD 2018, 2019,
2020.
CEREJA, William
Roberto; VIANNA, Carolina Assis Dias; CODENHOTO, Christiane Damien. Língua e
Linguagem: O adjetivo. In: CEREJA, William Roberto; VIANNA, Carolina Assis
Dias; CODENHOTO, Christiane Damien. Português Contemporâneo: Diálogo,
Reflexão e Uso. São Paulo: Saraiva, 2016. Cap. 2. p. 57-58. PNLD 2018, 2019,
2020.
VIEIRA, S. R.; BRANDÃO,
S.F. Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto,
2008.
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